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sábado, 3 de outubro de 2015

PAISAGENS GEOMORFOLÓGICAS EM ÁREAS DE ROCHAS ÍGNEAS


 PAISAGENS GEOMORFOLÓGICAS  EM GRANITOS



            O granito é uma rocha intrusiva ácida e de coloração clara. E´, em geral, resistente e sofre desagregação mecânica nos ambientes secos. Inúmeras paisagens geomorfológicas verificadas no território brasileiro desenvolveram-se sobre terrenos granitos. Esse fato é particularmente freqüente  no Nordeste do Brasil. Nessa região, a presença de maciços residuais , inselbergues , pães-de-açúcar e matacões normalmente está associada aos granitos.
           
Para a compreensão das influências dos granitos sobre a definição de certas formas de relevo com eles relacionadas, faz-se necessária uma apreciação de algumas propriedades físicas que esses corpos litológicos possuem.


Propriedades Físicas dos Granitos


            Dentre as principais propriedades físicas do granito, podem ser apontadas as seguintes:
-          possuem grande resistência a esforços tectônicos de caráter compressivo;
-          apresentam permeabilidade e porosidade baixas, especialmente quando se encontram sob a forma inalterada;
-          quando acham-se fraturados ou falhados , deixam-se,  com facilidade, atravessar pela água;
-          têm dureza variável, de acordo com a composição, sobretudo no que se refere à proporção de feldspato.

Em rochas denominadas plásticas, os esforços de caráter tectônico tendem a provocar  deformações rochosas, produzindo, assim, dobramentos. As rochas graníticas, ao contrário das sedimentares, opõem grande resistência a esses esforços tectônicos. Logo, os granitos partem-se quando intensamente comprimidos, surgindo, assim, fraturas e falhas.

A permeabilidade e a porosidade baixas que os granitos apresentam, especialmente quando inalterados, facilitam o escoamento das águas das chuvas, em particular nas áreas de baixas latitudes. Esse fato terá como resposta geomorfológica a ocorrência de relevos ondulados, colinosos e o estabelecimento de uma padrão de drenagem dendrítico.

A presença de fraturas nas rochas graníticas assume um papel relevante na elaboração de paisagens graníticas, sobretudo porque guiam os processos de meteorização química. A orientação de certos vales, em paisagens graníticas, pode muitas vezes ser uma decorrência da rede de fraturas.  Diversos alvéolos , ou seja , depressões semi-fechadas encontradas no domínio do “mar” de morros , em terrenos graníticos, são controlados pela ocorrência de falhas e/ou fraturas( fig. 8  ).

A rede de fraturas pode ser de dois tipos: ortogonal e não-ortogonal. Essas fraturas vão, em primeiro lugar, facilitar a penetração das águas, propiciando a meteorização em sub-superfície dos blocos graníticos.  Em segundo lugar, a forma assumida pelos blocos individualizados referidos será uma função do tipo de rede de fraturas.

A rede de fraturas, a composição químico-mineralógica , os aspectos texturais e a permeabilidade são  fatores presentes nos granitos que podem facilitar  a alteração diferencial dessas rochas.

Os granitos que possuem mais resistência ao intemperismo são aqueles pobres em minerais máficos ( minerais de cor escura) e plagioclásicos cálcicos e intermediários e ricos em feldspatos alcalinos e quartzo.

A presença de plagioclásio é  um fator de maior suscetibilidade  à meteorização, pois este mineral sofre desagregação desde o começo da intemperização da rocha .

A ocorrência de biotita, em proporções elevadas , no granito, transforma-o num fator de fraqueza diante dos processos erosivos. Em decorrência da sua própria estrutura, a biotita, quando hidratada, sofre uma expansão de volume, colaborando, assim, para a ruptura da rocha.


Os aspectos relacionados  a textura das rochas graníticas aqui considerados são o arranjo dos minerais, a forma dos minerais, o tamanho e a dimensão do grão.

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