As
Condições Geológicas DE PERNAMBUCO
A análise das condições
geológicas de um território assume uma particular importância nos estudos de
caráter geográfico. Essa importância deriva da necessidade que o homem tem de
compreender o longo passado da Terra e também de encontrar sobretudo os
recursos minerais que são úteis às atividades econômicas. A Geologia, que é a
geociência que investiga a Terra, no que se refere à sua estrutura interna,
composição e evolução, colabora sensivelmente para atender a essa necessidade.
Diversos
aspectos da parte mais superficial da
crosta terrestre são estudados pela Geologia e também pela Geografia Física.
Várias características dessa “epiderme da Terra” merecem a atenção de quem se
dedica a investigar os recursos naturais de um território, como por exemplo: os
minerais, as rochas, os movimentos das placas litosféricas, as águas
subterrâneas e a utilização dos minérios pela sociedade.
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As rochas correspondem a
um conjunto de minerais aglutinados que compõem a crosta terrestre. Há, no entanto, rochas que são compostas por
um só tipo de mineral; neste caso essas rochas são conhecidas como homogêneas.
De acordo com a origem, as rochas são classificadas em: ígneas ou magmáticas,
sedimentares e metamórficas.
As ígneas resultam do
resfriamento e da consolidação do magma terrestre. Quando esse resfriamento
ocorre na superfície terrestre, têm origem as rochas ígneas extrusivas, como
por exemplo o riolito, o traquito e o basalto. Contudo, se esse resfriamento
acontece em áreas profundas da crosta terrestre, surgem as rochas ígneas
intrusivas, cujos exemplos são o granito, o sienito, o diorito e o pegmatito.
Um outro grupo de rochas
são as sedimentares, ou seja, aquelas que se originam a partir da consolidação
de partículas de outras rochas e até de restos de organismos. Elas se dispõem
em antigos ambientes de sedimentação ou bacias sedimentares. O estudo desses
ambientes é muito útil para a reconstrução dos ambientes sedimentares antigos.
São exemplos dessas rochas: arenito, calcário, dolomito, folhelho etc.
Sedimentos são depósitos de material sólido,
formados por um meio móvel – vento, gelo
ou água – na superfície da Terra. Esses depósitos são tão variados quanto
areias de praia, lama lacustre, seixos de cursos d’água, recifes de corais e
dunas de deserto. As duas fontes principais dessa variedade são a origem das
partículas componentes e o ambiente de
deposição dessas partículas. Outra importante variável no estudo de sedimentos
é o que acontece física e quimicamente a eles após a deposição, através dos
processos de compactação, cimentação e recristalização, de modo a
transformá-los em rochas.
(
Leo Laporte- Ambientes
Antigos de Sedimentação )
As rochas metamórficas
são aquelas que sofreram grandes transformações em sua composição e textura, em
face do calor, pressão ou da ação de soluções quimicamente ativas. Nesse grupo
estão, entre outras, as seguintes rochas: quartzito, mármore, gnaisse,
micaxisto e ardósia.
O planeta Terra encontra-se, internamente, estruturado em
camadas concêntricas, denominadas geoesferas. Essas geoesferas são a litosfera,
o manto e o núcleo. A litosfera é a geoesfera mais superficial. Ela é composta
por diversas unidades mais ou menos rígidas conhecidas como placas
litosféricas. Essas placas não são imóveis; deslocaram ao longo do tempo
geológico e, ainda nos dias atuais, estão em movimento.
O Estado de Pernambuco está situado
integralmente na placa Sulamericana, segundo pode ser observado na Figura 5. Essa placa fez parte de uma placa bem mais
extensa, que reunia, num só continente, a África, a América do Sul, a
Antártida, Madagascar, Austrália e Índia. Essa placa foi denominada Continente
de Gondwana.
Os
terrenos encontrados em Pernambuco têm idade que vão do Quaternário até o
Pré-Cambriano. Isso significa que existem no Estado rochas e sedimentos mais
jovens (Quaternário) e rochas ígneas e metamórficas muito antigas
(Pré-Cambriano).
A maior parte do Estado possui
terrenos ígneos e metamórficos do Pré-Cambriano. Fazem parte desses terrenos
rochas do tipo granito, migmatito, gnaisse, sienito, calcário cristalino e
filito. No passado geológico remoto, grande parte dessas rochas sofreu
dobramentos e falhamentos. Esse fato nos mostra que os fenômenos tectônicos
foram muito intensos, sobretudo no Pré-Cambriano. Na parte oriental do Estado,
nos Municípios de Rio Formoso, Barreiros, Jaboatão dos Guararapes e Vitória de
Santo Antão são encontradas grandes áreas graníticas alteradas quimicamente. Em
outras regiões do Estado, essas rochas também podem ser vistas aflorando na
paisagem.
Na mesorregião do Agreste Pernambucano, particularmente
entre Gravatá e Pesqueira, podem ser observados grandes maciços residuais,
examinados mais adiante, que se desenvolveram em granitos. Em Caruaru,
por exemplo, o morro do Bom Jesus é um desses afloramentos.
Os terrenos sedimentares
Paleozóicos, de idade Siluro-devoniano, são observados na unidade geológica
denominada Bacia do Jatobá. São arenitos que afloram, por exemplo, no sítio
arqueológico de Buique. Outras manchas desses terrenos sedimentares surgem
ainda nas microrregiões do Pajeú e do Salgueiro. Esses terrenos, no Sertão pernambucano,
desempenham um papel muito importante porque acumulam água subterrânea numa
área semi-árida, onde há uma grande carência desse elemento químico." ( parte do capítulo 1 do livro Geografia de Pernambuco- Natureza e Sociedade. Autor do capítulo Lucivãnio Jatobá. Editora Grafset)
(Livro destinado a alunos do Ensino Fundamental)
O
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