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quinta-feira, 2 de junho de 2016

As Condições Geológicas de Pernambuco



As Condições  Geológicas DE PERNAMBUCO


A análise das condições geológicas de um território assume uma particular importância nos estudos de caráter geográfico. Essa importância deriva da necessidade que o homem tem de compreender o longo passado da Terra e também de encontrar sobretudo os recursos minerais que são úteis às atividades econômicas. A Geologia, que é a geociência que investiga a Terra, no que se refere à sua estrutura interna, composição e evolução, colabora sensivelmente para atender a essa necessidade.
Diversos aspectos da parte mais superficial  da crosta terrestre são estudados pela Geologia e também pela Geografia Física. Várias características dessa “epiderme da Terra” merecem a atenção de quem se dedica a investigar os recursos naturais de um território, como por exemplo: os minerais, as rochas, os movimentos das placas litosféricas, as águas subterrâneas e a utilização dos minérios pela sociedade.

Os minerais são constituintes naturais da crosta terrestre, isto é, formam os diferentes grupos de rochas que configuram o nosso relevo [...]. Mineralogia é o estudo dos minerais e não se limita apenas a uma mera descrição dos caracteres físicos externos ou das suas propriedades físico-químicas. Ela busca as leis que regulamentam estas características, suas associações e as causas que as originam.
(Cláudio de Castro, 2005).
       
 
 

As rochas correspondem a um conjunto de minerais aglutinados que compõem a crosta terrestre.  Há, no entanto, rochas que são compostas por um só tipo de mineral; neste caso essas rochas são conhecidas como homogêneas. De acordo com a origem, as rochas são classificadas em: ígneas ou magmáticas, sedimentares e metamórficas.
As ígneas resultam do resfriamento e da consolidação do magma terrestre. Quando esse resfriamento ocorre na superfície terrestre, têm origem as rochas ígneas extrusivas, como por exemplo o riolito, o traquito e o basalto. Contudo, se esse resfriamento acontece em áreas profundas da crosta terrestre, surgem as rochas ígneas intrusivas, cujos exemplos são o granito, o sienito, o diorito e o pegmatito.
Um outro grupo de rochas são as sedimentares, ou seja, aquelas que se originam a partir da consolidação de partículas de outras rochas e até de restos de organismos. Elas se dispõem em antigos ambientes de sedimentação ou bacias sedimentares. O estudo desses ambientes é muito útil para a reconstrução dos ambientes sedimentares antigos. São exemplos dessas rochas: arenito, calcário, dolomito, folhelho etc.


Sedimentos são depósitos de material sólido, formados por um meio móvel –  vento, gelo ou água – na superfície da Terra. Esses depósitos são tão variados quanto areias de praia, lama lacustre, seixos de cursos d’água, recifes de corais e dunas de deserto. As duas fontes principais dessa variedade são a origem das partículas  componentes e o ambiente de deposição dessas partículas. Outra importante variável no estudo de sedimentos é o que acontece física e quimicamente a eles após a deposição, através dos processos de compactação, cimentação e recristalização, de modo a transformá-los em rochas.
           ( Leo Laporte- Ambientes Antigos de Sedimentação )
As rochas metamórficas são aquelas que sofreram grandes transformações em sua composição e textura, em face do calor, pressão ou da ação de soluções quimicamente ativas. Nesse grupo estão, entre outras, as seguintes rochas: quartzito, mármore, gnaisse, micaxisto e ardósia.
O planeta Terra encontra-se, internamente, estruturado em camadas concêntricas, denominadas geoesferas. Essas geoesferas são a litosfera, o manto e o núcleo. A litosfera é a geoesfera mais superficial. Ela é composta por diversas unidades mais ou menos rígidas conhecidas como placas litosféricas. Essas placas não são imóveis; deslocaram ao longo do tempo geológico e, ainda nos dias atuais, estão em movimento.
O Estado de Pernambuco está situado integralmente na placa Sulamericana, segundo pode ser observado na Figura 5. Essa placa fez parte de uma placa bem mais extensa, que reunia, num só continente, a África, a América do Sul, a Antártida, Madagascar, Austrália e Índia. Essa placa foi denominada Continente de Gondwana.
            Os terrenos encontrados em Pernambuco têm idade que vão do Quaternário até o Pré-Cambriano. Isso significa que existem no Estado rochas e sedimentos mais jovens (Quaternário) e rochas ígneas e metamórficas muito antigas (Pré-Cambriano).




A maior parte do Estado possui terrenos ígneos e metamórficos do Pré-Cambriano. Fazem parte desses terrenos rochas do tipo granito, migmatito, gnaisse, sienito, calcário cristalino e filito. No passado geológico remoto, grande parte dessas rochas sofreu dobramentos e falhamentos. Esse fato nos mostra que os fenômenos tectônicos foram muito intensos, sobretudo no Pré-Cambriano. Na parte oriental do Estado, nos Municípios de Rio Formoso, Barreiros, Jaboatão dos Guararapes e Vitória de Santo Antão são encontradas grandes áreas graníticas alteradas quimicamente. Em outras regiões do Estado, essas rochas também podem ser vistas aflorando na paisagem.

Na mesorregião do Agreste Pernambucano, particularmente entre Gravatá e Pesqueira, podem ser observados grandes maciços residuais, examinados mais adiante, que se desenvolveram em granitos. Em Caruaru, por exemplo, o morro do Bom Jesus é um desses afloramentos.



Os terrenos sedimentares Paleozóicos, de idade Siluro-devoniano, são observados na unidade geológica denominada Bacia do Jatobá. São arenitos que afloram, por exemplo, no sítio arqueológico de Buique. Outras manchas desses terrenos sedimentares surgem ainda nas microrregiões do Pajeú e do Salgueiro. Esses terrenos, no Sertão pernambucano, desempenham um papel muito importante porque acumulam água subterrânea numa área semi-árida, onde há uma grande carência desse elemento químico." ( parte do capítulo 1 do  livro Geografia de Pernambuco- Natureza e Sociedade. Autor do capítulo Lucivãnio Jatobá. Editora Grafset)
(Livro destinado a alunos do Ensino Fundamental)
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