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segunda-feira, 25 de julho de 2016

IMPACTOS AMBIENTAIS: ESTUDO DE CASO DO ECOSSISTEMA MANGUE NA ZONA COSTEIRA DE PERNAMBUCO

IMPACTOS AMBIENTAIS: ESTUDO DE CASO DO ECOSSISTEMA MANGUE NA ZONA COSTEIRA DE PERNAMBUCO 

 SUAPE IMPACTOS AMBIENTALES: ESTUDIO DE CASO DEL ECOSISTEMA MANGUE EN LA ZONA COSTEIRA DE PERNAMBUCO – SUAPE

Viviane Trajano da Silva¹; Ítalo Rodrigo Paulino de Arruda²; Gerlando Rodrigues de Lima³; Viviane Pedroso Gomes4 ¹Estudante de Bacharelado em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: vivitrajanogeo@hotmail.com; ²Estudante de Licenciatura em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: italotavares0811@gmail.com; ³Estudante de Licenciatura em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: rodriguesgerlando@gmail.com, 4Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA – Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: vivianegomesgeo@gmail.com. Palavras-chave: Impactos Ambientais; Mangue; Pernambuco. 

INTRODUÇÃO

 O manguezal é um ecossistema típico de zona costeira, de mudança entre os ambientes terrestre e marinho, específico de regiões tropicais e subtropicais, sujeito ao regime das marés (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). Incontáveis são as ações antrópicas, que levam a desestruturar o funcionamento dos manguezais, como desmatamento, aterro, drenagem, queimadas, assoreamento, extração de madeira, exploração da fauna, efluentes industriais, poluição e entre outros (BARBOSA et al., 2011). A zona costeira de Pernambuco, especificamente a zona sul vem apresentando forte crescimento econômico nos últimos anos, através de atividades ligadas a indústrias e grandes projetos de infraestrutura (MANSO et al., 2010), como por exemplo, pelo Porto de Suape que para a sua efetivação foi necessário à supressão da vegetação em diversas áreas além do grande setor imobiliário que se instalou na Praia do Paiva, entre outros. Este trabalho tem como objetivo ressaltar a importância do ecossistema Mangue em Suape/PE, que sofreu muito devido à associação de diferentes processos naturais e antrópicos, bem como propor a geoconservação de seus elementos da geodiversidade.

MATERIAL E METODOLOGIA 

O Complexo Industrial Portuário de Suape (Figura 1) está localizado entre os municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca na Região Metropolitana, a IV Encontro de Desenvolvimento e Meio Ambiente 30 e 31 de maio de 2016 | Recife - Pernambuco LIVRO DE RESUMOS 13 aproximadamente 40 km do Recife, capital do Estado. Sua zona estuarina é formada pelos rios Massangana, Tatuoca, Ipojuca e Merepe. Geologicamente Suape está inserida na Bacia Sedimentar de Pernambuco e está localizada entre a Zona de Cisalhamento de Pernambuco ao alto Maragogi, limite com a Bacia de Alagoas. É formada por sedimentos holocênicos, as Formações Cabo, Estiva e Algodoais; rochas da Suíte Magmática Ipojuca e afloramentos do Grupo Barreiras, que repousam sobre o embasamento cristalino, constituído por rochas de idade pré-cambriana pertencentes à província da Borborema. É um ambiente costeiro bastante dinâmico, formado por extensos manguezais. Esta pesquisa foi realizada através investigação bibliográfica, por meio de documentos e artigos referentes à área. Também foram realizadas pesquisas em campo, que permitiram uma observação mais detalhada e a obtenção registros fotográficos.

 RESULTADOS E DISCUSSÃO 

A situação socioambiental que se instala nas terras do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Guedes (Porto de Suape), em virtude do grande interesse na ocupação de áreas, juntamente com projetos de grande infraestrutura, trouxe um notável desenvolvimento econômico para o litoral Sul pernambucano, levando cada vez mais o incentivo de políticas públicas voltadas para o crescimento econômico da área do Porto.

Por sua vez, tais posicionamentos resultantes de articulações entre o setor público e privado geram externalidades que afetam diretamente o meio ambiente e grande parte da população local. Dentre as consequências mais notáveis dessa expansão, além da questão econômica, encontra-se a degradação dos ambientes costeiros existentes, que podem ocorrer na forma de: erosão, desmatamento, poluição, aterro e esgotos domésticos (BARBOSA et al., 2011). O ecossistema manguezal é um dos mais produtivos desempenhando importante papel como exportador de matéria orgânica para o estuário e produzindo boa parte dos produtos que o homem captura no mar entre outros, porém é também o mais vulnerável aos efeitos do desenvolvimento econômico e do crescimento desordenado das populações humanas (MANSO et al., 2010). Para o desenvolvimento do Porto de Suape foi realizada a supressão da vegetação de mangue em extensas áreas, levando a região a um forte desequilíbrio ambiental, além dos impactos já previstos. Além dessa supressão da vegetação litorânea, verifica-se também uma significativa redução do habitat natural de inúmeras espécies (marinhas e terrestres), o que interfere de forma direta na dinâmica do ecossistema estuarino diminuindo a diversidade biológica tanto em termos de fauna, quanto de flora, no ambiente (BARBOSA et al., 2011). É perceptível as diferentes formas de degradação e recorrentes consequências ambientais que a área do Porto de Suape sofreu e continua sofrendo, devido às grandes ações antrópicas. De fato, é necessária uma maior abrangência na questão da geoconservação deste ecossistema que é tão importante para a população local e para o cenário mundial.

CONCLUSÕES

 Tratando-se de uma região que possui um grande acervo de ecossistemas naturais a que se tem conhecimento em manguezal, emerge a necessidade de sua geoconservação, propostas norteadas pelos princípios de interdisciplinaridade, sustentabilidade e educação ambiental além de uma maior atenção às consequências geradas pelas interferências antrópicas nesses ambientes. Para isso, sugere-se o desenvolvimento de ações educativas em escolas da comunidade em projetos que possam ser desenvolvidos a distribuição de folders e cartilhas educativas e que haja também, uma maior efetividade nas práticas de recuperação e manejo das áreas ambientalmente degradadas em ecossistemas de mangues, garantindo assim uma sustentabilidade ambiental e social para a conservação da zona costeira, além da participação do poder público, privado e comunidade. É importante o incentivo a economia local e o turismo sustentável objetivando a garantia destes importantes elementos da geodiversidade e da biodiversidade às gerações futuras.

REFERÊNCIAS

 BARBOSA, V. V., AMÂNCIO, E. S., SILVA, R. A. S., FILHO, J. L. B., BARBOSA, A. D. IMPACTOS AMBIENTAIS NO ECOSSISTEMA MANGUEZAL CAUSADOS PELAS AÇÕES ANTRÓPICAS EM IPOJUCA. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 63., Goiânia. Anais... 2011.

MANSO, V. A. V; COUTINHO, P. N; GUERRA, N. C; JUNIOR, C. F. A. S. Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 2010. SCHAEFFER-NOVELLI, Y. (Coord.). Manguezal: ecossistema entre a terra e o mar. São Paulo: Caribbean Ecological Research, 1995.



IV Encontro de Desenvolvimento e Meio Ambiente 30 e 31 de maio de 2016 | Recife - Pernambuco

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